sábado, 23 de outubro de 2010
P e n í n s u l a
Península
Território
que se prende
por um fio
lâmina escorregadia
tempestade que não passa
vento frio
embaçando uma vidraça
céu escurecido
chuva sem mordaça
em pele de cordeiro
luz que laça
vela que ilumina
um palmo do caminho
e toca sino
a meio pau
bandeira que se ergue
e não tremula
dia feito de névoa
espessa e dura
saudade do langor
e da aliança
rede que balança
trevo de uma folha
nesga de esperança
[terra e sal]
abraço interminável
olho que procura
arquipélago distante
sonho errante
desejo de cristal
Eliana Mora, 21 de outubro de 1999
In: Mar e Jardim, 2003
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[o horizonte como um laço, um pouco de mundo onde a palavra pousa, toda a palavra]
ResponderExcluirum imenso abraço, Eliana
Leonardo B.
Em todas as ruas te encontro
ResponderExcluirEm todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
em cada canto
ResponderExcluirfica a cançao
obrigada pelo poema e presença tua
El
Caro Leonardo
ResponderExcluirQue pouse sempre em labios de poetas, para o mundo ouvir
beijo