quarta-feira, 15 de setembro de 2010
O Céu que vi, falava
O céu que vi, falava
O céu que vi, falava
mas não se ouviam palavras - nem gritos ou sussurros
ele simplesmente mudava de cor
qual pequena orquestra de pintores
O céu que vi, cantava
nos brancos e nas luzes de Rembrandt
nos salpicados cor laranja de Van Gogh
nos temas loucos e divinos de Dali
nos belos bosques multicores de Renoir
O céu que vi, chorava
nas transições de luz de Vermeer
na mágica e nos enigmas de Magritte
nos mandamentos e nas noivas de Chagall
e nos audazes alongados de Modigliani
Se o céu que vi falasse
[neste dia]
e se pudesse nos dizer o que guardou,
de cada letra nasceria uma semente
de cada uma surgiriam
muitas cores
para que todos os frutos
desta Terra
pudessem transformar-se
em céus
_ que também falam.
Eliana Mora, setembro de 2010
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