sábado, 8 de janeiro de 2011

Vidas, sóis, lutas e lírios


Vidas, sóis, lutas e lírios



"Porque eu entendo, desde a minha pobre percepção, que o vencedor, no fim das contas, é aquele que atinge o inútil dos pássaros e dos lírios do campo." [...]

Manoel de Barros In: Gratuidade das aves e dos lírios



Aquele corpo se uniu à bela luz
como fosse dotado de somente brilho
e assim pôs-se a voar pelos caminhos
como um pequeno lindo passarinho
a entoar canções

perder-se existe para se encontrar
encharcar os olhos de total beleza
pisar pingos de sol a coroar o corpo
um sinal de que a vida se abre lá

[a vida com que sempre estivemos a sonhar

cores com tons dourados prateados
azuis de céus
verdes de cura e de tantos outros ninhos
caminhos abertos onde passam pés
que parecem planar

a vida que se vive
quando a lua nos embala
quando o que interessa é o som do mar

flores de toda cor
florestas de pano em mil nuances
pedras a nos ver dizer pensar

vida é de fato sentimento
aquele que tocamos todo o tempo
e que nos entende o linguajar

não importa que seja de um momento
vem! toca aqui a nossa alma
que toda a canção possa ser vida
esteio, anseio e caos

canteiro de cordas e alforrias
força a somar-se a dores e folias
vida de lutas, canto e paz.




©Eliana Mora, seis de janeiro/2011

2 comentários:

  1. [Límpidos os elementares contornos da palavra, como o Lírio derramado por Eva no perdido jardim]

    um imenso abraço, Eliana

    Leonardo B.

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  2. reais os desejos de estar com ela [palavra] e de perder-se nele [jardim]

    abraço e beijo,
    Eliana

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Minha poesia agradece.

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