quinta-feira, 28 de março de 2013

O lago Imaginário



O lago Imaginário



O lago
de todos meus quereres
transforma-se pouco a pouco
em lugar quase sagrado
onde ânforas de peregrinos já não chegam
para beber e saciar-se

seu desenho mudou
está agora rodeado por arbustos
que por vezes queimam
afastando-se da linha
para depois voltar
à sua forma original

o lago
dos meus desejos
muitas vezes pleno de vazios
desenha sinais de cantos esquecidos:
eloquentes e antigos
recitais

O lago imaginário
de águas verdes e azuis
está colado à memória
aos poucos se afastando do meu
e de qualquer outro mundo
mas ainda a respirar perdas 

e adornos

enquanto isso vivo
e imagino floradas em torno dessas águas
ou [quem sabe]
seu completo esquecimento

oh sofrimento 

amores encharcados em águas cristalinas
desejos de ainda ver a imagem 

desse lago congelado
a mostrar o belo espelho d'água
ou algum sinal

de Vida




Eliana Mora, 27/3/2013

4 comentários:

  1. um poema visceral! muito bom Eliana! Beijos

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  2. Pois é, cara Lázara - de vez em quando a 'coisa' pula mesmo
    [e a gente adora isso...]...

    beijo, e um obrigada grande!

    El

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  3. Querida Noelle, emocionada recebo tuas palavras...obrigada!
    beijos.

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Minha poesia agradece.

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