terça-feira, 4 de agosto de 2009



Sob regência de um deus desconhecido



ramos
desenhados pelas veias
entornam em nosso coração pequenas árvores
interligadas pela cor
outros tantos pousam lá no cérebro
atentos espalmados
como riscos costurados em bordados

há séculos atores em roupas delicadas
criadas em mãos das prováveis artesãs
como notas
todas a indicar aquele mapa do caminho
em que possam se juntar
lentos e leves
sem sequer exagerar em seus tiques
e tons

e assim
como que a possuir um bom maestro
não sair atrás de mais segredos
mas apenas dos que sabem necessários
para não corromper a unidade
e a beleza

daquela sinfonia




Eliana Mora 16/07/2009

6 comentários:

  1. Muito bem, El. Há uns vinte séculos atrás, um apóstolo de nome Paulo se dirigia a um povo em tudo religioso para falar do Deus Desconhecido, num célebre exórdio.
    Aqui, a retomada de antigo tema tem roupagem toda nova.

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  2. Disso entendes, que sei...pois a honra é toda minha, pelo poema te 'transportar' a tal episódio.

    Ave, João!

    beijos e obrigada
    El

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  3. Belo poema, El! A tua intimidade com as palavras é algo indescritível, divino, eu diria! Que mais posso fazer, além de ler e aplaudir?

    Beijos muitos

    Ada

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  4. Tu bem a conheces, Ada...
    Fico feliz, recebo teu calor poético com alegria...

    beijos da El

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  5. Bela escrita, muita sensibilidade e muito bom gosto!

    Parabéns por este charmoso blog!

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  6. Assim passas a me conhecer - e eu, a te agradecer!

    beijos e abraços
    El

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Minha poesia agradece.

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