
Quase um branco de céu
Quase nenhuma flor nos arredores do olhar
de repente
um céu com a brancura de um completo, inteiro e solitário
pedaço de papel
sem dobras nem letras
sem marcas de tempo
ou algo assim que o caracterizasse
apenas um céu perdido ali
em fatias
entre nuvens que se acharam
se juntaram
e explodiram em copiosa chuva
um céu de Saramago: branco,
a nos cegar de tristeza.
Eliana Mora, 10/05/2010
Uma triste constatação: de tanto vermos sem de fato enxergarmos, que termina assim por sermos uma terra de cegos, em que o mais próximo de nós está intacto, sem olho nenhum a perfurar-lhe.
ResponderExcluirA ausência desse zelo é muito bem retratada por Saramago; reforçada por tua poesia e olhar.
Estou pois de olhar sobre tuas linhas.
Disposto a somar poesia e caminhos.
Abraço.
Ricardo.
Gostei.
ResponderExcluirBela alusão ao céu de Saramago que tudo transforma numa imensa "escuridão" branca. Tal como um manto de neve, tudo oculta...a miséria e a nobreza, a felicidade e a tristeza. A cor da Vida!
Abraço
A beleza também dói
ResponderExcluire cega.
Beijos.
Caro Ricardo
ResponderExcluirMinhas linhas ao serem lidas já não são somente minhas. Assim, por certo, caminhos e poesia serão 'trocados'.
Muito grata e abraços.
Eliana
Amigo da lente: sem dúvida, um 'manto' que se espraia e pode, depois de ocultar tudo, abrir numa claridade infinita.
ResponderExcluirBom ver-te por aqui
beijo,
El
"dói e cega", sim
ResponderExcluira beleza pode tudo, guarda nela todo o dom de seu oposto: jamais cantado em versos...
beijo,
El
Aliás lindos espaços...
ResponderExcluirParabéns!
abraço
juan, obrigada pela tua 'caminhada' até aqui!
ResponderExcluirbeijão
El